Doença de Dupuytren: O Que É, Sintomas e Tratamentos Disponíveis

Você já ouviu falar na doença de Dupuytren? Essa condição, apesar de pouco conhecida por grande parte da população, afeta milhares de pessoas e pode comprometer significativamente a mobilidade das mãos.

Caracterizada pelo espessamento de um tecido sob a pele da palma, ela pode causar a flexão progressiva dos dedos, dificultando atividades simples do dia a dia, como apertar as mãos ou segurar objetos.

Neste artigo, você vai entender o que é a doença de Dupuytren, quais são suas causas, os principais sintomas e as opções de tratamento disponíveis. Continue a leitura para aprender a identificar os sinais dessa condição e saber quando procurar ajuda médica.

Causas e Fatores de Risco da Doença de Dupuytren

As causas exatas da doença de Dupuytren ainda não são completamente compreendidas pela medicina, mas diversos estudos apontam uma forte influência genética no seu desenvolvimento.

Indivíduos com histórico familiar da condição apresentam maior probabilidade de manifestá-la, o que sugere um componente hereditário importante. Essa predisposição é especialmente observada em pessoas de origem nórdica ou do norte da Europa, onde a doença é mais preval_ente.

Além da genética, há uma série de fatores de risco que aumentam a chance de desenvolver a doença.

A idade é um dos principais: a condição afeta principalmente homens com mais de 50 anos.

O sexo também é relevante, pois os homens não só são mais afetados como tendem a desenvolver formas mais agressivas da doença. Entre as mulheres, embora menos comum, os casos costumam evoluir de forma mais lenta e com sintomas mais leves.

Outros fatores associados incluem o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, e algumas condições de saúde crônicas, como diabetes e epilepsia.

Acredita-se que esses elementos possam interferir na vascularização e no metabolismo do tecido conjuntivo, favorecendo o espessamento anormal da fáscia palmar. Ainda que essas associações existam, nem todos os indivíduos com esses fatores desenvolverão a doença, e ela também pode ocorrer em pessoas sem qualquer fator de risco aparente.

Entender os fatores que contribuem para a doença de Dupuytren é essencial para o diagnóstico precoce e o planejamento de um tratamento mais eficaz.

Se você faz parte de algum desses grupos de risco, é importante estar atento aos sinais iniciais e buscar orientação médica ao notar qualquer alteração na palma da mão.

Sintomas Iniciais e Como a Doença de Dupuytren Evolui

Os sintomas iniciais da doença de Dupuytren costumam ser discretos e, por isso, muitas vezes passam despercebidos.

O primeiro sinal típico é a formação de um nódulo firme na palma da mão, geralmente próximo à base do dedo anelar ou do dedo mínimo. Esse nódulo é indolor e não causa grandes limitações no início, o que pode levar o paciente a não dar importância à alteração.

Com o tempo, esses nódulos podem evoluir para cordões fibrosos espessados que se estendem pela palma da mão em direção aos dedos. Esses cordões, ao se retrair, começam a puxar os dedos para dentro, em direção à palma, dificultando a extensão completa. Esse processo é conhecido como contratura de Dupuytren e é o principal motivo de limitação funcional associado à doença.

A evolução da condição é lenta e progressiva, variando bastante de pessoa para pessoa. Em alguns casos, os sintomas permanecem estáveis por anos, enquanto em outros a flexão dos dedos avança rapidamente, prejudicando atividades cotidianas como escrever, abrir recipientes, usar ferramentas ou simplesmente estender a mão para um cumprimento.

A gravidade da contratura pode impactar significativamente a qualidade de vida, especialmente se múltiplos dedos forem afetados.

Vale destacar que a doença geralmente não provoca dor, o que pode retardar a busca por ajuda médica. Por isso, é essencial observar qualquer alteração no formato da mão ou dificuldade para esticar os dedos, mesmo que sem dor.

Quanto mais cedo for identificado o problema, maiores as chances de conter a progressão com intervenções menos invasivas.

Tratamentos Disponíveis para a Doença de Dupuytren e Quando Procurar Ajuda

O tratamento da doença de Dupuytren depende do grau de comprometimento funcional da mão.

Em estágios iniciais, quando há apenas a presença de nódulos sem contratura significativa dos dedos, o acompanhamento clínico pode ser suficiente.

Nesses casos, o ortopedista monitora a evolução da condição por meio de exames físicos regulares, observando se há progressão na flexão dos dedos.

Quando a contratura começa a interferir nas atividades diárias, existem algumas opções terapêuticas.

Uma delas é a injeção de colagenase, uma enzima que enfraquece o cordão fibroso e facilita sua ruptura, permitindo a reabertura dos dedos. Esse método é minimamente invasivo e pode ser feito em consultório.

Outra alternativa é a liberação percutânea, onde uma agulha fina é usada para romper o tecido enrijecido. Ambas as técnicas são indicadas para casos moderados e oferecem boa recuperação funcional com menor tempo de reabilitação.

Em situações mais avançadas, especialmente quando há contraturas severas ou recidivas, o tratamento mais indicado é a cirurgia de fasciectomia. Nesse procedimento, o cirurgião remove parte ou toda a fáscia afetada para liberar os dedos.

Apesar de ser eficaz, a cirurgia exige um período de recuperação mais longo e pode ser acompanhada de fisioterapia para restabelecer a mobilidade e força da mão.

Saber quando procurar ajuda médica é essencial para evitar complicações. Ao notar nódulos persistentes na palma da mão ou dificuldade para estender os dedos, mesmo que sem dor, é recomendado agendar uma avaliação com um ortopedista especialista em mão.

Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de evitar cirurgias e preservar a função manual com tratamentos menos invasivos.

Conclusão

A doença de Dupuytren é uma condição crônica que, apesar de não causar dor na maioria dos casos, pode comprometer significativamente a função da mão ao longo do tempo.

Com diversas opções de tratamento disponíveis — desde técnicas minimamente invasivas até intervenções cirúrgicas — é possível controlar os sintomas e preservar a mobilidade. No entanto, o sucesso do tratamento depende diretamente do estágio em que a doença é identificada.

Por isso, ao perceber alterações na palma da mão, não hesite em procurar um ortopedista. O diagnóstico precoce é o melhor aliado para manter a qualidade de vida e a funcionalidade das mãos. Informação, atenção aos sinais e acompanhamento médico são os pilares para lidar de forma eficaz com essa condição.

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